quarta-feira, 3 de novembro de 2010

UM PUGILISTA PRONTO PARA “ESTRAÇAIÁ”

Texto e foto: Rogério França

Um  cruzado de esquerda e  Todo Duro vence Joaquim Domingos, em 2000. Promessa curmprida
 
Quem acompanhou a trajetória do esporte pernambucano nos anos 90 não deve ter esquecido as histórias protagonizadas pelo pugilista Luciano Torres, mais conhecido como “Todo Duro”. O boxeador ficou muito conhecido pelo seu comportamento “folclórico”.   Para desafiar seus adversários, o boxeador não esperava chegar ao momento do ringue. Para ele, qualquer lugar poderia ser transformado em tatame. Fosse durante uma entrevista coletiva ou conversando com fãs, seu discurso não se alterava. Quando se referia a qualquer rival, suas palavras eram sempre as mesmas: “Vou estraçaiá”. Durante os anos 90, as promessas do personagem “Todo Duro” realmente foram cumpridas. Por nocaute, conseguiu levar à lona, ainda no primeiro “round”, muitos boxeadores.  

No dia 22 de fevereiro de 2000 tive a oportunidade de assistir uma de suas lutas, no Clube Português.  Na ocasião, acompanhado do jornalista Cristiano Jerônimo, fiz a cobertura fotográfica da luta do pernambucano contra o paulista Joaquim Domingos Sobrinho, que havia lhe desafiado para o confronto.  Pra minha sorte, o pugilista pernambucano venceu e, além de garantir a vaga para disputar  o Cinturão Continental Interamericano, justificou a publicação de uma fotografia  da luta na capa do Jornal.

O que fez despertar a lembrança foi a publicação de uma matéria,  em outubro deste ano,   anunciando a produção de um documentário sobre a vida do pugilista. “Todo Duro”, que já estava na lista dos personagens do esporte mundial que caíram no esquecimento, terá a oportunidade de ter sua trajetória contada.

A idéia foi de Thiago Leilão, da Opara Filmes.  Segundo a reportagem publicada na Folha de Pernambuco, o produtor encontrou o ídolo dos anos 90 casualmente e lhe fez a proposta para que ele (“Todo-Duro”), sob a mira de uma câmera, fosse o protagonista de sua própria história.  O nome do documentário não poderia ser outro, se não: “Vou estraçaiá”.